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18-Julho-2007

Cheira-me a sangue no Montijo

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Um bom crime é a alma dum bom jornal tablóide.
Sangue na primeira página é garantia de mais 30% de vendas e de falatório certo no café da aldeia ou do bairro.
Os jornais mais populares e com alguns laivos de tablóide – com diferentes intensidades – 24 horas, Correio da Manhã e JN, escrevem muitas histórias sobre pequenos crimes.
Até que chega o dia do grande crime.

Estou a falar do crime do Montijo. Em que o pai terá assassínado toda a família e depois suicidou-se.
Comprei e li o “Correio da Manhã” para o ver com olhos “do povo”.
Confesso: fiquei arrepiado com o relato.
Mas pergunto: o relato é verdadeiro ou uma aventura romanceada? E será legítimo descobir causas possíveis como as descritas no jornal?
Fui ao café e não se falava doutra coisa.
É a magia do tablóide e a explicação pragtmática do fracasso dos jornais ditos de referência.

Horror: Família assassinada
Menina mais nova ainda se tentou esconder debaixo da cama

Joana, de 11 anos, foi a última a ser assassinada. Estava a dormir, acordou com tiros e, assustada, tentou esconder-se debaixo da cama. O pai, que já lhe matara a mãe e a irmã, aproximou-se dela de revólver em punho. A menina, de cócoras no chão, morreu com uma bala na nuca.

A mulher foi morta, à porta do quarto, com um tiro de
caçadeira na boca A única explicação que a vizinhança encontra para a tragédia assenta na vida de Adelino Freire: o empreiteiro enfrentava sérias dificuldades nos negócios e passava noitadas fora de casa. A família Freire vivia numa vivenda geminada, na Rua Cidade de Coimbra, no Montijo.

Na manhã de segunda-feira, muito provavelmente depois das 08h00, Adelino matou a mulher, Idalina, de 40 anos, à porta do quarto: encostou-lhe o cano da caçadeira à boca e disparou. Pouco depois, Adelino vai ao quarto da filha mais velha, Ana, de 21 anos, finalista de Engenharia. Ela está deitada e recebe um tiro de revólver na garganta. Mata a seguir a filha mais nova, Joana. Adelino larga o revólver, volta ao quarto, empunha outra vez a caçadeira. Deita-se na cama,
encosta o cano por debaixo do queixo e prime o gatilho.
…..
MOTIVOS POSSÍVEIS

DINHEIRO
Uma das causas apontadas para este
crime hediondo são os problemas financeiros por que passavam as empresas de Adelino Freire. Investimentos mal feitos estavam a levar o empresário à falência.

AMOR
O facto de Adelino Freire passar muitas noites fora de casa e, por
vezes, fins-de-semanas inteiros, poderá ter provocado uma ruptura conjugal.

LOUCURA
Certo é o estado de instabilidade mental a que o empresário
chegou – única justificação encontrada para ter morto de forma violenta a família.

in Correio da Manhã por Ricardo Cabral

1 Comentário »

  1. Eu sei que ja lá vão dois anos e, precisamente por isso, pelas memórias que esta data tras, é que releio e relembro o dia em que soube e tive que começar a encarar a vida com outros olhos e sentimentos. Então ao ler este pequeno texto, nao podia deixar de comentar. Eu acredito que os jornais gostem muito das tragedias gratuitas como forma de vender…Mas esta historia em particular, sei que nao é ficticia de modo algum. Pode custar a ler os factos como realmente são, mas infelizmente, assim é a Humanidade. É tudo bem real e tal como eu, muito mais pessoas ainda a relembram como se fosse ontem. Gostava de poder nao me recordar de nada… “Não sofre quem “vai”, mas sim quem cá fica”. E assim, “voaram” 2 anos.

    Comentar por Anónimo — 16-Julho-2009 @ 0:56 | Responder


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